Antes e depois

26 09 2009

O pré-jogo

Rincón beija a taça do Mundial da FIFA

Rincón beija a taça do Mundial da FIFA

Corinthians e Palmeiras estavam em uma das melhores fases de suas histórias e, conseqüentemente, de mais efervescência no clássico. O clima já vinha pesado de outros embates anteriores e aquele jogo poderia ser o fim de uma época gloriosa para a equipe derrotada.

Em 1999, os clubes já haviam se esbarrado na Libertadores, porém nas quartas-de-final. Após uma vitória de cada time, ambas por 2 a 0, decisão por pênaltis. Vitória alviverde por 4 a 2, abrindo passagem para o caminho que culminaria no título da competição.

Também no ano anterior, pouco mais de um mês após as quartas do torneio continental, confronto quente pelas finais do Paulistão. Ao final do segundo jogo, com um empate que consolidava o título do Timão, Edílson começou a fazer embaixadinhas para provocar os adversários. Os jogadores palmeirenses não gostaram e partiram para cima do Capetinha. A briga se generalizou e ajudou a aumentar o ódio recíproco entre os rivais.

No primeiro das semifinais da Libertadores de 2000, vitória corintiana por 4 a 3 e a vantagem do empate aos alvinegros. Em jogo de muitos gols, destaque para o palmeirense Alex e para o corinthiano Edu, que ajudaram na criação de dois dos gols de suas equipes. A partida só foi definida aos 46 minutos do segundo tempo, em um chute de Vampeta.

As campanhas

O Palmeiras chegava credenciado à Libertadores como o atual campeão. O time de Luiz Felipe Scolari ainda contava com o dinheiro da Parmalat, no último ano da parceria. Destaque em campo para o goleiro Marcos, em uma de suas fases mais brilhantes e para Alex, o maestro alviverde.

Campeões do Mundial da FIFA e atuais bicampeões brasileiros, os alvinegros contavam com um time tecnicamente superior. Oswaldo de Oliveira tinha em campo uma linha de ataque poderosa: Luizão e Edílson eram municiados por Ricardinho e Marcelinho Carioca.

Durante as fases anteriores, poucos adversários de peso para o Palmeiras. Componente do grupo 7, ao lado de The Strongest, El Nacional e Juventude, o Verdão conseguiu uma suada classificação em primeiro lugar, empatado em número de pontos com os equatorianos do El Nacional.Em casa, 100% de aproveitamento. Fora, um empate e duas derrotas.

Nas oitavas-de-final, jogo duro contra o Peñarol. Após uma vitória para cada lado, decisão por pênaltis, vencida por 3×2. Na fase seguinte, um empate e uma vitória contra os mexicanos do Atlas contribuíram para a classificação.

Para os corintianos, a vida na fase de grupos começou um pouco mais difícil. Equipes tradicionais compunham o grupo. Porém, isso não significou grandes dificuldades para a classificação. Olímpia, LDU e América do México foram superados, com destaque para o massacre sobre os equatorianos em São Paulo: 6 a 0. No último jogo da fase, chuva de gols na partida contra o Olímpia e vitória por 5 a 4.

Passando para a etapa seguinte, os alvinegros encontraram os Argentinos do Rosário Central. Um 3 a 2 para cada lado levou a classificação para os pênaltis, com resultado final a favor do Timão. Nas quartas, a reedição da final do Brasileirão de 99. O empate no Mineirão e a vitória em São Paulo culminaram na eliminação do Atlético Mineiro e no cruzamento entre os arqui-rivais paulistas.

Os desdobramentos


Após a eliminação, segunda consecutiva para os rivais, os corinthianos encerraram um ciclo vitorioso. A ausência do título continental na sala de troféus dos alvinegros ocasionou num desmanche gradual da base do elenco. O técnico Oswaldo de Oliveria seria demitido após a derrota.

Dida, Edílson, Vampeta, Adílson, jogadores-chave do clube, não permaneceriam na equipe até o fim do ano. E Marcelinho Carioca, ídolo absoluto da torcida, passaria a viver um calvário após a perda do pênalti. Cobrado sempre pelo erro, encerrou sua primeira passagem pelo clube em 2001.

Na seqüência do ano, desastre para o Corinthians. O time acabou na penúltima posição do Campeonato Brasileiro, mostrando quão profundas foram as cicatrizes da Libertadores. Por sorte, o regulamento da Copa João Havelange não previa rebaixamento, mantendo a equipe na primeira divisão em 2001.

Classificado para a decisão do torneio continental, o Palmeiras também não teve um final feliz. O adversário seria o Boca Juniors, que contava com vários craques no elenco, como Palermo, Schelotto, Riquelme, Bermúdez, Oscar Córdoba, dentre outros.

Nos dois jogos decisivos, dois empates. Na disputa de pênaltis, jogando em São Paulo, o Palmeiras caiu. Destaque para o goleiro Córdoba, que decidiu a partida e ajudou a iniciar a dinastia xeneize dos anos 2000. O episódio, acontecido no feriado de Corpus Christi, ficou conhecido pelos rivais como o “Dia de Porcos Tristes”.

No segundo semestre, a equipe teve várias reformulações no elenco, apostando em jovens jogadores. Em julho, veio o título da Copa dos Campeões, que garantia a participação na próxima Libertadores.

Na disputa da Copa João Havelange, a campanha na primeira fase valeu a classificação para o mata-mata. Mas os alviverdes não passaram das quartas-de-final, quando foram eliminados pelo emergente São Caetano.

A parceria com a Parmalat terminou no final do ano e o clube iniciou a política de contração de jogadores “Bons e Baratos”. Apesar das semifinais da Libertadores de 2001, quando foram novamente eliminados pelo Boca Juniors, o Palmeiras entrou em um período de vacas magras, que levou a equipe à segunda divisão em 2003.


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